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AppSec: construindo aplicações à prova de ataques

O mundo dos aplicativos é vasto, fascinante e cheio de possibilidades, mas também está repleto de armadilhas invisíveis. Enquanto milhões de linhas de código são escritas todos os dias para criar inovações incríveis, há outro lado sombrio: os ataques cibernéticos. 

É nesse contexto que a segurança de aplicações – ou AppSec – surge como o verdadeiro herói silencioso. Afinal, o que adianta ter o aplicativo mais avançado ou o site mais interativo se ele não consegue proteger a privacidade de seus usuários?  

Segundo dados da Checkmarx, parceira da CG One, 92% das empresas sofreram pelo menos uma violação de segurança como resultado direto de uma aplicação vulnerável desenvolvida por elas nos últimos 12 meses. 

Neste artigo, vamos explorar o universo da segurança de aplicativos, os seus princípios e como implementá-lo de forma eficaz. 

O que é AppSec?

AppSec (segurança de aplicações) refere-se ao conjunto de práticas, ferramentas e técnicas utilizadas para proteger aplicativos durante seu desenvolvimento, implementação e operação. O objetivo é mitigar vulnerabilidades e falhas que podem ser exploradas por atacantes, garantindo que o aplicativo seja seguro, confiável e esteja protegido contra ameaças. 

Enquanto a segurança da rede foca em proteger a infraestrutura física e digital, o AppSec visa proteger especificamente o código do software e seus dados de ataques como injeção de SQL, cross-site scripting (XSS) e falhas de autenticação. 

Por que a segurança de aplicações é importante?

Hoje, muitas operações críticas dependem de aplicativos – desde simples sites até plataformas financeiras robustas e redes sociais gigantescas. Um único aplicativo vulnerável pode colocar uma organização inteira em risco, levando a: 

  • Perda de dados sensíveis (como informações pessoais ou financeiras); 
  • Danos à reputação da empresa; 
  • Multas regulatórias e problemas legais; 
  • Interrupção de serviços essenciais, impactando a operação e a experiência do cliente. 

Com o crescente número de ataques cibernéticos e a sofisticação das técnicas usadas pelos invasores, garantir a segurança das aplicações não é mais opcional — é uma exigência estratégica. 

As principais ameaças e vulnerabilidades em aplicações

Entender as principais ameaças é essencial para implementar medidas de segurança eficazes. Abaixo estão algumas das vulnerabilidades mais comuns que são causas de violações, de acordo com pesquisa da Checkmarx que ouviu líderes de AppSec: 

1- Falhas de autenticação, controle de acesso e credenciais roubadas

Aplicativos com mecanismos fracos de autenticação e autorização podem permitir que usuários não autorizados acessem áreas restritas, expondo informações sensíveis e recursos críticos.

2 – Configurações de segurança incorretas em nuvem, Infrastructure as Code (IaC) ou contêiner

Muitas aplicações apresentam configurações padrão ou incorretas que podem ser exploradas pelos atacantes. Como essas tecnologias são cada vez mais usadas para automatizar e escalar ambientes, erros de configuração se tornam comuns e críticos, facilitando ataques como acesso não autorizado, escalonamento de privilégios ou exploração de APIs mal protegidas.

3 – Vulnerabilidades no código liberado para produção

Muitas aplicações são colocadas em produção com vulnerabilidades que podem ser exploradas por atacantes para comprometer a integridade, disponibilidade ou confidencialidade do sistema.

4 – Ataques à cadeia de suprimentos de software open-source

Como muitas empresas dependem de bibliotecas e pacotes de terceiros, qualquer modificação maliciosa em uma dependência pode se espalhar rapidamente para diversas aplicações.

Princípios básicos do AppSec

Agora que você conhece as ameaças comuns, vamos explorar alguns princípios básicos que orientam uma boa segurança de aplicações. Esses conceitos devem ser aplicados desde as fases iniciais do desenvolvimento até a operação contínua do software: 

  1. Segurança integrada ao desenvolvimento (DevSecOps)
    A integração de segurança no ciclo de vida do desenvolvimento de software (SDLC) é fundamental. Em vez de tratar a segurança como um pensamento posterior, o DevSecOps busca integrar práticas de segurança em todas as etapas do desenvolvimento, garantindo que vulnerabilidades sejam detectadas e corrigidas desde o início.
  2. Autenticação forte e gestão de sessões
    Mecanismos robustos de autenticação, como autenticação multifator (MFA) e senhas seguras, devem ser implementados para garantir que apenas usuários autorizados possam acessar o aplicativo. A gestão eficaz de sessões também é importante para prevenir ataques como sequestro de sessão.
  3. Criptografia de dados sensíveis
    Todas as informações sensíveis, tanto em trânsito quanto em repouso, devem ser criptografadas usando algoritmos seguros. Isso garante que, mesmo que os dados sejam interceptados, eles não possam ser lidos ou utilizados por terceiros.
  4. Validação e saneamento de entrada
    Todo dado externo recebido pela aplicação, seja de formulários ou APIs, deve ser tratado como potencialmente malicioso. Validação rigorosa e o saneamento adequado de dados ajudam a prevenir ataques de injeção e XSS.
  5. Atualizações e patching contínuos
    Manter o software atualizado e aplicar patches de segurança de forma regular é crucial para fechar as brechas que possam ser exploradas. Isso se aplica não só ao código da aplicação, mas também aos seus componentes e bibliotecas.
  6. Testes de segurança constantes
    Testes de penetração (pentests), análises estáticas de código (SAST) e dinâmicas (DAST) são fundamentais para identificar e corrigir vulnerabilidades em tempo hábil. Esses testes devem ser realizados regularmente, tanto em ambientes de desenvolvimento quanto em produção.

Ferramentas essenciais para a segurança de aplicativos

SAST  

O SAST (Static Application Security Testing) é uma ferramenta poderosa que pode ajudá-lo a proteger seu software contra vulnerabilidades e ataques.  

Ele analisa o código-fonte do seu software para identificar falhas de segurança que podem ser exploradas por hackers. Isso permite que você corrija essas falhas antes que elas sejam usadas para causar danos. O SAST é uma parte essencial de qualquer programa de segurança de software e pode ajudá-lo a proteger seus dados, sua reputação e seus lucros. 

DAST 

O DAST simula ataques externos em sua aplicação em execução, buscando identificar falhas de segurança que podem ser exploradas por hackers. Essa simulação permite que você detecte e corrija essas falhas antes que elas sejam utilizadas para causar danos. 

O DAST é um componente essencial em qualquer programa de segurança de software, ajudando a proteger seus dados, reputação e lucros. 

Software Composition Analysis (SCA) 

Identifica riscos de segurança e de licenciamento em softwares de código aberto usados em suas aplicações. Ajuda a determinar quais vulnerabilidades são realmente exploráveis, permitindo priorizar as correções e reduzir ruídos. 

Supply Chain Security (SCS) 

Identifica proativamente ataques à cadeia de suprimentos e proteja ambientes de desenvolvimento com detecção de vulnerabilidades e pacotes maliciosos de código aberto, SBOMs (software bill of materials). 

API Security 

Descobre todas as APIs em sua aplicação e compara o inventário completo com a documentação para eliminar APIs ocultas (shadow APIs) e APIs obsoletas (zombie APIs), mitigando riscos. 

Container Security 

Escaneia imagens de contêiner estáticas, verifica configurações e identifica pacotes de código aberto, detectando vulnerabilidades antes da produção. 

Infrastructureas-Code (IaC) Security 

Escaneia seus arquivos IaC para encontrar vulnerabilidades de segurança, problemas de conformidade e configurações incorretas de infraestrutura, utilizando milhares de consultas predefinidas.

O futuro do AppSec

O AppSec continuará evoluindo à medida que novas tecnologias e ameaças emergem. Com a ascensão de tecnologias como Inteligência Artificial, Machine Learning e computação quântica, novos vetores de ataque podem surgir.  

O uso de IA para detecção automatizada de ameaças, assim como criptografias mais avançadas, provavelmente desempenharão um papel crucial no futuro da segurança de aplicações. 

A segurança de aplicações é um processo contínuo que requer atenção em cada etapa do desenvolvimento e manutenção de software. Integrar as melhores práticas e ferramentas pode ajudar a garantir que suas aplicações permaneçam seguras em um cenário de ameaças em constante mudança. 

Uma coisa é certa: investir em AppSec é um investimento em confiança, resiliência e sustentabilidade no ambiente digital.

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