A IA generativa permitiu o surgimento de uma nova geração de soluções avançadas para detecção e defesa contra ameaças cibernéticas, mas também fortaleceu o arsenal dos cibercriminosos, incorporando deepfakes hiper-realistas em campanhas de phishing, além de uma série de outras ferramentas maliciosas.
Mas, no fim das contas, para que lado pende a balança? Spoiler: a resposta é complexa.
O surgimento das assistentes de IA e a revolução das startups
As assistentes de IA têm uma história fascinante que começou nos anos 1960, quando o ELIZA, um dos primeiros chatbots, foi criado no MIT para simular conversas humanas. Mas foi apenas nas últimas décadas que a IA deu um salto impressionante, com modelos de linguagem cada vez mais sofisticados, tornando as interações mais naturais e precisas.
Startups visionárias, como a DeepMind e a OpenAI, foram peças-chave nessa revolução, desenvolvendo algoritmos avançados de aprendizado profundo e processamento de linguagem natural. O ponto de virada veio com o lançamento do ChatGPT pela norte-americana OpenAI, que não só popularizou a IA generativa, mas também desencadeou uma nova disputa tecnológica entre startups e gigantes do mercado.
O caso DeepSeek: vazamento de dados e brechas de segurança
Recentemente, o DeepSeek, uma startup chinesa de IA, atraiu atenção global por seu código aberto e eficiência de custo. Uma das características mais impressionantes do DeepSeek é o seu custo de desenvolvimento. Enquanto a OpenAI e a Microsoft planejam investir até US$ 80 bilhões em modelos como o ChatGPT, o DeepSeek foi desenvolvido com menos de US$ 6 milhões.
A rápida ascensão da empresa a colocou ao lado de gigantes da indústria como a OpenAI, em termos de desempenho. Porém, uma violação de segurança levantou questionamentos sobre os desafios de manter uma proteção robusta em startups de IA de rápido crescimento.
Como startups de IA podem superar os desafios de segurança?
Infelizmente, (ainda) não existe uma solução mágica capaz de eliminar agentes de ameaça ou códigos maliciosos. O que as empresas realmente precisam é de um equilíbrio estratégico entre um conjunto robusto de ferramentas de segurança e uma equipe qualificada de profissionais em cibersegurança, capazes de interpretar dados, detectar ameaças e agir rapidamente para mitigá-las.
Startups que desejam se destacar nesse cenário devem tratar a segurança como prioridade desde o primeiro dia. Afinal, uma vulnerabilidade mal gerenciada pode comprometer não apenas os dados, mas a credibilidade da empresa.
Segurança desde as primeiras linhas de código
“Uma visão equivocada e superficial da segurança cibernética abre portas para riscos graves. A hora certa de consertar o telhado é quando não está chovendo, certo? E é exatamente essa a premissa de alguns conceitos de cibersegurança, como o Secure by Design, uma abordagem que incorpora a segurança desde o início dos processos de desenvolvimento de uma empresa, em vez de tratá-la como uma etapa final.
Este conceito envolve dez princípios fundamentais: minimização de superfície de ataque, falhas seguras, defesa em profundidade, privilégio mínimo, separação de privilégios, segurança por obscuridade, economia de mecanismos, controle completo de acesso, monitoramento e auditoria, e resposta a incidentes.
Quando esses princípios são seguidos, a segurança se torna uma parte integral e proativa da arquitetura do sistema, dificultando a ação de hackers e reduzindo o impacto de possíveis ataques. Sem essa abordagem, a vulnerabilidade aumenta e as brechas são exploradas com facilidade, gerando danos que vão muito além das perdas financeiras”, apontou o Roy Nasser, diretor de Transformação da CG One.
O futuro da IA? Equilibrar pratinhos
A corrida pelo avanço da inteligência artificial está longe de desacelerar. Startups de IA, como o DeepSeek, provaram que a inovação pode acontecer em velocidades surpreendentes, mas também evidenciaram o alto preço de negligenciar a segurança. O cenário é claro: quanto mais poderosas as ferramentas de IA se tornam, mais sofisticadas serão as ameaças que as acompanham.
Por isso, pensar em segurança desde o primeiro dia não é uma opção — é uma necessidade. O conceito de Secure by Design não deve ser apenas uma recomendação técnica, mas um pilar estratégico para qualquer empresa que desenvolve IA. Afinal, na era da inteligência artificial, a confiança do usuário será o verdadeiro diferencial competitivo.
Empresas que entenderem essa realidade e equilibrarem inovação com proteção digital terão mais do que um produto seguro: terão um futuro sustentável no mercado. A IA pode ser a grande protagonista dessa nova revolução tecnológica, mas quem escreverá esse futuro são aqueles que souberem protegê-la.
Se este artigo foi útil para você, inscreva-se na nossa newsletter para receber em primeira mão conteúdos exclusivos sobre cibersegurança.
Acesse também nossas redes sociais: