A segurança do acesso remoto sempre foi uma preocupação central para os CISOs. Com a ascensão do trabalho híbrido e a crescente sofisticação dos ataques cibernéticos, proteger o perímetro corporativo se tornou um desafio mais complexo do que nunca. Durante anos, as VPNs tradicionais foram a solução padrão, mas será que elas ainda são a melhor escolha?
Os líderes de segurança da informação estão cada vez mais migrando para o ZTNA (Zero Trust Network Access), um modelo que redefine a forma como o acesso remoto deve ser gerenciado. Mas o que está impulsionando essa mudança? E quais são os benefícios práticos que fazem do ZTNA a solução preferida dos CISOs?
VPNs tradicionais
As VPNs foram criadas em uma era onde a segurança girava em torno do perímetro corporativo. Funcionavam bem quando os usuários estavam, na maioria das vezes, dentro do escritório e apenas alguns acessos remotos precisavam ser gerenciados. No entanto, o cenário mudou drasticamente:
- Adoção massiva do trabalho remoto e híbrido: o número de dispositivos e usuários fora do escritório aumentou exponencialmente, tornando a gestão das VPNs mais complexa e difícil de escalar.
- Acesso irrestrito à rede: quando um usuário se conecta via VPN, ele ganha acesso amplo à rede corporativa, aumentando os riscos de movimentação lateral em caso de comprometimento.
- Experiência do usuário: problemas de desempenho, desconexões e lentidão impactam a produtividade dos colaboradores e geram frustrações constantes.
- Gestão e manutenção complexas: as VPNs exigem atualizações frequentes, gerenciamento de certificados e controle manual de permissões, o que demanda tempo e esforço das equipes de segurança.
Diante desses desafios, os CISOs perceberam que era necessário um modelo mais seguro, ágil e eficiente. E é aqui que o ZTNA entra em cena.
O que torna o ZTNA a escolha dos CISOs?
O Zero Trust Network Access parte do princípio de “nunca confiar, sempre verificar”, garantindo que cada solicitação de acesso seja avaliada em tempo real antes de ser concedida. Esse modelo oferece diversas vantagens que fazem sentido para as estratégias de segurança atuais:
- Redução do risco de movimentação lateral
Diferente das VPNs, o ZTNA permite que os usuários acessem apenas os aplicativos e recursos necessários para seu trabalho, sem expô-los a toda a rede corporativa. Isso reduz drasticamente o impacto de um ataque cibernético caso uma credencial seja comprometida. - Adoção do princípio de menor privilégio
Os CISOs sabem que controle de acesso granular é essencial. Com o ZTNA, cada usuário recebe apenas as permissões estritamente necessárias, minimizando riscos e garantindo conformidade com regulamentações como LGPD e GDPR. - Autenticação contínua e contextual
Ao contrário da VPN, que autentica um usuário no momento da conexão e depois permite acesso irrestrito, o ZTNA verifica continuamente contexto, localização, dispositivo e comportamento do usuário para garantir que ele realmente deve continuar acessando os recursos. - Experiência de usuário aprimorada
Nada de latência excessiva ou necessidade de reconfigurações manuais. O ZTNA permite conexões mais rápidas e fluidas, otimizando a produtividade dos colaboradores sem comprometer a segurança. - Facilidade de gestão e escalabilidade
Enquanto as VPNs exigem uma gestão operacional constante, o ZTNA é baseado em políticas automatizadas e integração com soluções de identidade e acesso (IAM), facilitando a administração e reduzindo o esforço da equipe de TI.
Como Implementar ZTNA de forma estratégica?
A migração para ZTNA não precisa ser complexa, mas requer um planejamento estratégico para garantir uma transição eficiente. Para os CISOs que desejam liderar essa mudança, algumas práticas são fundamentais:
- Mapear os acessos e aplicações críticas: Antes de migrar, é essencial entender quais sistemas e usuários precisam de acesso remoto e quais riscos precisam ser mitigados.
- Implementar autenticação multifator (MFA): A MFA deve ser uma camada obrigatória dentro da estratégia ZTNA, garantindo proteção adicional contra credenciais comprometidas.
- Integrar com uma solução de gestão de identidade e acesso (IAM): O ZTNA se torna ainda mais eficiente quando combinado com um IAM robusto, garantindo que os acessos sejam concedidos apenas para usuários devidamente autenticados.
- Monitorar continuamente o comportamento do usuário: Soluções que detectam anomalias no acesso em tempo real ajudam a reforçar a segurança e evitar possíveis violações.
- Adotar uma abordagem de implementação gradual: Muitas empresas começam implementando ZTNA para aplicações mais críticas e expandem conforme ganham maturidade na solução.
O futuro da segurança de acesso: o fim das VPNs?
Plataforma é fundamental
Seja para habilitar o trabalho remoto, dar o primeiro passo rumo à segurança Zero Trust ou implementar uma arquitetura mais ampla como o Secure Access Service Edge (SASE), é essencial escolher um fornecedor com uma plataforma SSE (Security Service Edge) completa. Isso inclui um único agente, um console centralizado e um mecanismo de políticas unificado, além de suporte a ambientes multicloud.
A maioria das organizações opera em ambientes de nuvem híbrida ou multicloud, combinando data centers privados, nuvens públicas e aplicações SaaS. Além disso, os cenários estão sempre mudando. Projetos como a migração de sistemas ERP para a nuvem são cada vez mais comuns. Uma plataforma SSE integrada garante acesso Zero Trust consistente, políticas uniformes e uma experiência de usuário otimizada, independentemente da localização das aplicações.
Integração com terceiros
Soluções ZTNA eficazes devem se integrar facilmente com sistemas de terceiros, para trocar informações que podem gerar pontuações de risco dos usuários e automatizar respostas adaptativas. Uma integração robusta com serviços de diretório de terceiros, por exemplo, permite ajustar permissões em tempo real com base no risco do usuário ou dispositivo.
Proteção de dados em todos os lugares
Sua solução ZTNA deve identificar o uso de dados, monitorar atividades suspeitas, aplicar políticas avançadas de DLP e ajustar acessos com base em riscos. Aplicações privadas acessadas por ZTNA frequentemente contêm dados altamente sensíveis. Certifique-se de escolher soluções que ofereçam inspeção de tráfego e aplicação de políticas para proteger essas informações.
Algumas considerações ao escolher um ZTNA
As VPNs ainda não desapareceram completamente, mas é evidente que sua relevância está diminuindo rapidamente. À medida que os CISOs enfrentam desafios crescentes de segurança no acesso remoto, o ZTNA se consolida como o novo padrão, trazendo mais segurança, flexibilidade e eficiência operacional.
Empresas que ainda hesitam em abandonar as VPNs tradicionais correm o risco de ficarem vulneráveis e para trás na adoção de práticas modernas de cibersegurança. A pergunta que os CISOs devem fazer não é se devem migrar para o ZTNA, mas sim quando e como farão essa transição da forma mais estratégica possível.
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